Este é o texto mais conhecido de
Ariano Suassuna e tem sua origem na literatura de
cordel
e nos autos religiosos tão populares desde a Idade Média.
A comédia narra as trapaças e
artimanhas de João Grilo, típico anti-herói brasileiro,
personagem
popular, sem dinheiro mas muito inteligente, que usa a sua sabedoria para
sobreviver
e de sua esperteza para enganar os outros.
Formando uma dupla com Chicó, amigo inseparável e
cúmplice de todas as horas,
João Grilo, com suas mentiras e
presepadas acaba envolvendo seus patrões (o padeiro
e sua esposa), o padre, o Major
Antônio Moraes e até mesmo o Bispo num verdadeiro
qüiproquó em torno do enterro do cachorro
da mulher do padeiro.
A confusão aumenta com a chegada de um
bando de cangaceiros que assalta e
mata,
um por um, todos os personagens da história, e por sua vez morrem também.
Até
mesmo durante o julgamento das almas, João Grilo vale-se de suas habituais
artimanhas e espertamente invoca a presença de Nossa
Senhora, a Compadecida,
para que ela interceda junto a Jesus Cristo, auxiliando-o
a livrar-se das garras de Satanás
e de seu reino das chamas.
O Auto da Compadecida tem como fonte
de inspiração as festas populares brasileiras e usa como referência e
citações
desde a concepção do espetáculo, passando pelo cenário, figurinos e música que
é executada ao vivo.
A história de Suassuna é contada, no palco,
por 14 atores, na forma de uma comédia rasgada, absolutamente colorida e musical. Uma peça que é uma festa!