Tapete Vermelho


Na ultima sexta-feira  dia 19 de outubro de 2012 os alunos do 3ª ano de Agropecuária participaram do projeto Cinema no Campus do IFF- Santo Augusto, os alunos assistiram o filme Tapete Vermelho.





Quando menos se espera, o sertão aparece. Esquecido, escamoteado, disfarçado, o sertão é um segredo. O oculto, a causa, o que está fora ou o sagrado. Quando sua perda se oficializa, o sertão que é a arte, o camponês, a paisagem, é que o descobrimos. O cinema nacional caipira enfrentou durante décadas uma crítica ferrenha e sobreviveu, por uma comunicabilidade mágica com seu povo pouco letrado.
Como seu povo atravessaria também a malha pós-mágica, letrando-se, aquele aprendeu a não se ruborizar,aprimorando sua técnica ,subordinando-se a uma linguagem cinematográfica, diante de intelectos. O que talvez não esteja claro ainda é que para ver cinema, precisamos não raras vezes desarmarmo-nos do arsenal do saber, botar os pés no chão do primitivo, voltar ao rancho fincado na terra do sem começo e do sem fim. Esta abstração, pré-requisito, para toda apreciação artística é o significante que não pergunta o que, mas o como.
Desde “Lá no meu Sertão” com Tonico e Tinoco, passando por Mazaropi, Teixeirinha, Sérgio Reis, o desejo é um só: criar uma arte cabocla através do cinema. A criação, contudo, passa por três estágios: Envolvimento, Achado e Demonstração. De um modo geral, quem fez cinema sertanejo eram pessoas envolvidas com o regional, estando o achado no próprio ato de tornar visível o seu mundo. A demonstração que exigia técnica diante dos olhos da crítica seria falha, também pelo grau de exigência de quem vê pelo saber. Visto por essa ótica e estritamente por ela, os “intelectuais” que não se compenetravam de que vemos e um mundo e falamos em outro, jamais se deram a chance de ver pelo significante, ou seja, sentir.
A desmagicização da terra tornou-a plana e linear. Rompeu com suas particularidades, suas crenças e relevos, baniu o saber local, quebrado, e circular,inseriu-a no mapa como área fria e econômica. O sertão, contudo, não sucumbe. Quem não veio da terra? A dor da saudade quem é que não sente? Uma Marvada Carne, Dois Filhos de Francisco e um Tapete Vermelho são elos De uma corrente estilística, de uma estética do coração. Na terra, assim como na tela.
Há um Tapete vermelho estendido pelo Brasil, para o sertão passar, mas quem se ruboriza é o povo, diante do regional, do particular, do detalhe, do gimmick que vem à tona . Acanha-se porque inserido no olhar econômico, permeado de ironia, desconhece de onde brota a lavoura. Não se lembra mais que árvore não nasce da cibernética, que riacho não verte da mídia, ou que a realidade-traço, tornou-se inverossímil diante da falta de consenso. A arte é e será sempre, cabocla, primitiva, desavisada, ingênua. Rápida, inteligente, contemporânea é a comunicação, uma questão midiática contra uma mediunidade. Resta ao sertão acorrentar-se nas colunas do gigante contemporâneo, caso isto gere audiência, para resgatar o olhar coletivo eclipsado e reintegrar ao valor do regional, da forma, do particular. Exprimindo o gênio de um lugar cristalizado, através da particularidade da luz, das cores, dos tons e relevos, toda arte assim como a espiritualidade é local. A pictruralidade recolocada no atual cumpre uma profecia: “O sertão vai virar mídia”.
                                                                                            ( Belmiro Santos )



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Após assistir ao filme ''Tapete Vermelho'', propôs-se ao grupo argumentar a respeito dos seguinte tópicos:um roteiro para orientar a escrita. O roteiro consiste em argumentar a respeito dos seguinte tópicos:

  • Relate pelo menos três situações em que elementos da cultura popular são explorados pelo produtor do filme. 
  • Comente sobre a linguagem usada. Que importância assume?
  • Discuta sobre a abordagem que o filme faz sobre a reforma agrária.
  • Elabore sua apreciação crítica sobre a obra. 



Uma Linguagem que Encanta... 

Um filme encantador e engraçado como ''Tapete Vermelho'' merece ser assistido mais de uma vez. A tématica da história é emocionante e cômica ao mesmo tempo. Quinzinho, um figurão bem humorado e despreocupado com sua situação de caipira, vive uma aventura no mínimo complexa longe de sua casa do interior. O cinema nacional, apesar das criticas, sempre produz alguns bons filmes, com temáticas interessantes que mostram a realidade regional de algumas classes especificas com os caipiras e sertanejos. 

Marciano Bresolin*
4º Ano Curso Técnico em Agropecuária

A Linguagem do Cinema... 


A obra traz a coragem e a luta por um objetivo mostra a realidade do sertão brasileiro e do sertanejo que não tem vergonha nenhuma em ser chamado de ‘’jeca’’. Pelo contrário, tem orgulho de ter sua própria terra e cultivá-la. Cada detalhe da obra é encantador, a paisagem, o linguajar caipira, as crenças, como passar a cobra no meio dos dedos para ser bom violeiro. É toda uma magia revelada ao viver ao saber e do ser feliz mesmo que seja lá. Distante da cidade num ranchinho do interior. 

Débora Aline Lacks *
3º Ano Curso Técnico em Agropecuária 

''Tapete Vermelho''

O filme Tapete Vermelho, é de ótima qualidade, porque além de ser engraçado, nos proporciona um conhecimento sobre elementos da cultura popular brasileira, que hoje já não são mais utilizadas com tanta frequência. Além de tudo, nos passar uma lição de vida, que é de nunca desistirmos dos nossos sonhos como Quinzinho e seu pai. 

Andrei Colling* 
3º Ano Curso Técnico em Agropecuária 

A vida no sertão... 

O filme desperta uma sensação de amor com a cultura, com a origem e com a tradição, sem medo de ser o que se é mesmo muitas vezes sendo criticado. É retratado a felicidade de um sertanejo por alcançar seu objetivo conseguido com muita dificuldade e esforço. Diante disso, quebra-se todos os preconceitos existentes. 

Sérgio Bettio e Everton Araujo* 
3º Ano Curso Técnico em Agropecuária 

O sonho de um ''Jeca''

Para nós este filme foi muito importante, pois assim nós conhecemos novas culturas, costumes e como eles vivem no sertão, este filme também nos trazem pontos de alegria, pois a linguagem os costumes são diferentes daqui da nossa região. Assim nos causando ponto de alegria nas falas e gestos entre as pessoas, e de certo modo Quinzinho pode servir de exemplo para nós nunca desistirmos de nossos sonhos. 

Gustavo, Rafael Souza e Silvo* 
3º Ano Curso Técnico em Agropecuária 

A obra... 

É uma obra que demonstra a situação de muitos brasileiros, que é a pobreza e o preconceito das demais pessoas como eles. Também destaca o amor de um pai por um filho que iria dar a viola que era uma das coisas mais preciosas que ele tinha para conseguir seu filho de volta. 

André de Roi Moresco e Cristian Bandeira de Marchi *
3º Ano Curso Técnico em Agropecuária 

''As rodas de viola...''

O filme é muito bom, através dele se percebe como é a vida do sertanejo, com todas as dificuldades, longe da cidade, sem TV, informações, mas com todas as alegrias, vistas pelas rodas de viola e também pela luta humilde e coragem. 

Eduardo De Mello e Marcio Carvalho* 
3º Ano Curso Técnico em Agropecuária 

''O sertão vai virar mídia''..

(Maximino Lansana) 


O filme Tapete Vermelho de Luiz Alberto Pereira trás consigo todo o gingado e a cultura de um caipira. No decorrer do filme percebe-se que não são explorados elementos da cultura popular, onde na minha percepção observei as vestimentas dos personagens, a linguagem predominante, totalmente informal, o parentesco amigável entre os vizinhos, a rotina do dia a dia, enfim a cultura das pessoas que vivem no campo, muitas vezes isolados do meio urbano, o que faz com que se sintam estranhos e muitas vezes são ‘’zuados’’ quando vêm para o meio urbano. 

Como já salientei a linguagem usada durante todo o filme é uma linguagem informal caipira mesmo, nada mais é do que o linguajar rural mesmo, para muitos estranhos e para ‘’nós’’ compreensível. É de estrema importância o uso dessa linguagem, pois é o jeito de se comunicar no campo, nos lembrando de como era, apesar de hoje em dia vem ocorrendo mudanças já na linguagem, já não é desse mesmo modo, mas passa esse conhecimento a quem nunca se deparou com esse tipo de palavreado, fazendo questionamentos a seu respeito. 

No inicio do filme se fala muito na reforma agrária que do meu ponto de vista é o que falta ser feito para que nosso país tome um rumo certo. No filme no momento em que Quinzinho e sua família estão viajando a procura do cinema, eles se deparam com o MST( movimento sem terra), na qual fazem uma amizade com um integrante do movimento, e no meio da conversa dos mesmos cometam sobre a importância de se ter um pedacinho de terra para reduzir. Onde os integrantes do movimento, muitas vezes são agredidos covardemente por militares um ato extremo de covardia, onde muitas vezes não seria preciso, com apenas um ato do nosso governo tudo se resolve. Mas, a abordagem do tema no filme importante para enfatizar cada vez mais essa problemática que há anos não passa apenas de uma promessa. 


Particularmente gostei muito da obra, o enredo muito bem elaborado, muito bem executado, e os atores também são grandes profissionais, fazendo com que o filme seja de alta qualidade. O enredo trouxe consigo as raízes caipiras com todas suas ramificações e muito bem planejada. Contudo, a obra é muito interessante e bem humorada, filme de extrema qualidade, assistam!




Há um Tapete vermelho estendido pelo Brasil, para o sertão passar...

(Marco Aurélio)

‘’Tapete Vermelho’’ expressa, em termos de comédia, uma transição cultural e social, que ocorreu em nosso país. Nessa transição muita tecnologia foi desenvolvida e muito conhecimento e sabedoria popular foram quase que extintos. Com isso, gera-se um alto índice de estresse, pelo fato de que exigir que as pessoas se adaptem ao novo sistema o mais rápido possível. Caso não consigam, tornam-se deslocados do sistema. 


Essas ‘’benfeitorias’’ culturais são observadas, como na situação a qual vê-se grande amor pela moda de viola e as rodas de catira, gênero musical criado pelo ‘’caipira’’ e as suas poesias cantadas que retratam o cotidiano deles. Outra situação que demonstra elementos culturais desta época são os benzimentos e simpatias, as quais sempre deram certo e resolviam os problemas, quando Zumira os realizava. Também chama a atenção que se demonstra o amor e confiança pelos animais e a pela terra, a qual é essencial para viver no campo. 

Sobre a linguagem aplicada, é predominante interiorana, apresentando o papel fundamental na divulgação e localização deste vocabulário popular, o qual , mesmo não sendo a L. P.sempre a função de comunicar. Outro aspecto a considerar é a representação do jeito simples e o caráter reto, que este tipo de povo muito cultivava e que era repassado pelo estilo desta linguagem popular.


O filme demonstra um período de transição de um modelo de vida e produção, no qual, muitos fatores agregados ocasionaram a falência em massa de minifundiário, em consequência do êxodo rural. Com isso, surge a figura do MST, movimento dos sem terra, onde ficam explícitos os movimentos de repressão de parte dos governos e dos grandes produtores, dando a compreender que as metas deste movimento, que buscavam a fragmentação das terras para serem compartilhadas aos membros deste movimento, já que estas pessoas ficaram assim, devido medidas tomadas erradamente de parte do governo, em tempos anteriores, mas a esperança era mínima de que alcançarem suas metas. 

O filme ‘’ Tapete Vermelho’’, obra dirigida por Luiz Alberto Pereira é uma comédia que a torna fácil de ser absorvida, e somando a isso, demonstra a troca de valores culturais e medidas de valores, sendo que nessa transição, perdendo estes valores a sociedade ‘’Evolui’’ sente faltados mesmos e frisa a necessidade deste rebuscamento cultural.




...o desejo é um só: criar uma arte cabocla através do cinema...

(Moacir Guedes Pelizzon)

O filme Tapete Vermelho, com direção de Luiz Alberto Pereira, é um filme de comédia, porém que traz consigo uma mensagem social e cultural de grande importância. Pois ele nos apresenta vários fatores culturais que a sociedade contemporânea acabou por substituí-los por novos atrativos. Assim segue a historia com Quinzinho, um caipira da roça, que tem uma promessa a cumprir. Levar seu filho Neco para assistir um filme de Mazzaropi no cinema. 

Nesse contexto o produtor nos apresenta vários momentos que a cultura popular é abordada. Como na parte das benzeduras feitas pela mulher de Quinzinho, Zulmira. Outro elemento importante é o sotaque e a forma de vestir-se caipira dos personagens principais. E também a devoção a símbolos religiosos, com promessas. Além dos ‘’acordos’’com o demônio, como acontece com os violeiros no filme. 

A linguagem utilizada no filme tem sua grande importância para o destaque da diferença cultural entre o espaço rural e o urbano. Mostrando e evidenciando a valorização dos ‘’caipiras’’, ou seja, das classes sociais mais baixas, que também tem sua presença e importância para o restante do mundo. 

O filme também nos faz pensar na questão da reforma agrária. Onde no filme é apresentada pela difícil situação dos agricultores no meio rural e assim consequentemente o êxodo rural. Além da formação de assentamentos de agricultores ‘’sem terra’’ que com seus manifestos ao governo e a sociedade, tentam buscar melhorias a situação agrária do país. 

Esta é um obra de grandes qualidades e cheia de temas marcantes, que nos fazem parar, para refletir. Como o caso da própria questão da reforma agrária, o êxodo rural e o fechamento dos cinemas para a abertura de templos e shopping centers , etc. 







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